Escolha de materiais valoriza as características naturais e culturais da região nesta casa de veraneio para usos distintos
Localizada em um condomínio residencial, a Casa MP foi projetada pelo escritório 73.Onze Arquitetura como uma residência de veraneio para uma família, com a possibilidade de ser alugada durante temporadas. A seleção dos materiais ressalta as características naturais e culturais da região, incorporando madeira, telhado de taubilha, reboco rústico, cimento queimado e pergolados de eucalipto roliço, o que reforça sua identidade e integração com o entorno.
Na área de acesso principal, um pergolado central funciona como cobertura e elemento de transição, emoldurando a porta de entrada. Ao entrar na casa, a vista da piscina se revela imediatamente, alinhada ao mesmo eixo visual, promovendo uma integração fluida entre interior e exterior e proporcionando uma agradável surpresa visual. Nessa mesma fachada, um brise vertical composto por pranchas de madeira foi projetado para se integrar visualmente à textura da porta quando fechado, permitindo o controle da luz e da ventilação natural sem comprometer a estética do conjunto.
O terreno em declive, voltado para uma área comum arborizada do condomínio, foi determinante na definição da implantação da residência. A construção foi posicionada levemente abaixo do nível da rua, com o objetivo de reduzir o impacto visual da volumetria na fachada frontal. Essa estratégia permite que a casa se integre de maneira sutil à paisagem, mesmo ocupando uma área generosa em função do programa arquitetônico.
A edificação está distribuída em três blocos distintos. O primeiro, voltado para a frente do terreno, abriga duas suítes e conta com cobertura em laje impermeabilizada, preenchida com argila expandida para melhorar o conforto térmico. O segundo bloco, localizado na parte central, reúne as áreas sociais — estar, cozinha e serviços — e se conecta diretamente com o espaço externo da piscina.
Já o terceiro bloco, implantado nos fundos, aproveita a declividade natural do terreno para acomodar dois pavimentos. Nele, encontra-se a suíte principal, situada no andar superior e integrada a uma ampla varanda com vista para a mata do condomínio. O guarda-corpo foi projetado como um banco, ampliando a funcionalidade do espaço e proporcionando um ambiente ideal para contemplação e descanso.
Embora implantados em blocos separados, todos os dormitórios seguem o mesmo raciocínio arquitetônico: são acessados por uma circulação externa em deck coberto, que também funciona como varanda. Essa solução reforça a integração com o paisagismo, promove momentos de convivência e contemplação ao ar livre, e cria uma narrativa contínua entre os volumes, mesmo sem conexão interna direta entre eles. A estratégia valoriza a vivência externa da casa, estimulando diferentes formas de uso e apropriação dos espaços.



