Residência reflete as novas dinâmicas de uma moradia contemporânea e a busca por uma vida mais integrada à natureza
Com a proposta de preservar o verde existente e conceber uma residência compacta e eficiente, o escritório Laurent Troost Architectures assina a Casa Pupunha, situada em um condomínio na zona oeste de Manaus, vizinho a uma área de proteção ambiental permanente. O nome faz alusão à palmeira pupunha que domina o centro do lote — preservada ao longo de toda a obra — e às demais exemplares plantados ao redor, elementos que se tornaram parte essencial do conceito arquitetônico e paisagístico, este assinado por Hana Eto Gall.
Atendendo ao desejo dos proprietários de manter a vegetação original e otimizar os espaços, o projeto foi implantado em dois terrenos de 250 m² cada. A solução estrutural partiu da criação de uma “casa-ponte”, apoiada sobre dois blocos laterais de concreto armado, que concentram as áreas molhadas e técnicas da residência. Essa estratégia possibilitou liberar completamente o espaço central do térreo, resultando em um vão livre generoso, marcado pela integração com o entorno e pela ventilação cruzada permanente
O pavimento térreo concentra as áreas sociais, de serviço e lazer, abertas para o jardim frontal e para a área verde dos fundos, aproveitando ao máximo os visuais do entorno. A cobertura adota um telhado de duas águas, cuja forma favorece a criação de um colchão de ar natural, contribuindo para o desempenho térmico da residência. Seguindo a premissa de baixo impacto ambiental, a obra dispensou qualquer tipo de terraplenagem, preservando o relevo original do terreno.
Na fachada lateral, uma parede flutuante de tijolos cerâmicos artesanais funciona como brise, protegendo o corredor dos quartos, a biblioteca, o banheiro e a suíte master da insolação da tarde e permitindo a entrada de luz filtrada e ventilação constante.
A proposta foi transformar o jardim em protagonista, diminuindo os limites entre vegetação natural e arquitetura. Ao centro, a palmeira pupunha atravessa a construção e se integra ao paisagismo, complementado por espécies frutíferas e trepadeiras que suavizam a arquitetura e ampliam o vínculo com a natureza. Na área frontal, um espelho d’água atua como elemento de transição entre o espaço público e o privado, convidando o olhar e reforçando a atmosfera de serenidade que permeia toda a casa.
Com irrigação automatizada e implantação que respeita o terreno e o ecossistema, a Casa Pupunha reforça a ideia de uma casa que flutua sobre o verde. Isso também se traduz na escolha das espécies, que priorizou plantas nativas e adaptadas ao clima amazônico, como Calatheas, Alocasias, Heliconias, bananeiras e palmeiras.
Por Redação
Imagens: Joana França