Novo Museu das Amazônias une arte e arquitetura em inauguração marcada por Sebastião Salgado e mostra colaborativa
O Museu das Amazônias abre suas portas ao público neste sábado (4), ocupando o Galpão 4 do Complexo Porto Futuro II, em Belém – capital que receberá a COP-30 em novembro de 2025. Concebido para ser um polo de experimentação e diálogo entre arte, ciência e território, o espaço foi projetado para ser uma referência em práticas museológicas inovadoras, inclusivas e conectadas aos territórios, valorizando a identidade e a diversidade da região, e faz parte do conjunto de obras que ficará como legado da COP30 à capital paraense.
A inauguração apresenta duas mostras de destaque: “Amazônia”, de Sebastião Salgado — inédita na região Norte —, e “Ajurí”, exposição colaborativa que reúne artistas amazônidas e nomes de diferentes partes do país, em uma celebração da pluralidade cultural e estética da floresta.
O museu possui dois espaços para exposições (950 m² e 500 m²), loja, sala multiuso modular com capacidade para 130 pessoas e sala educativa de 77 m². A comissão curatorial do Museu das Amazônias reúne olhares complementares: a antropóloga e pesquisadora indígena Francy Baniwa, a ecóloga Joice Ferreira e a arqueóloga Helena Lima. Juntas, elas constroem uma narrativa que entrelaça ciência, tradição e memória, refletindo a complexidade do território amazônico.
O equipamento é implementado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), conhecido pela atuação em museus de referência como o Museu do Amanhã (RJ) e o Paço do Frevo (PE), em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, com quase 160 anos de produção científica. O museu integra o Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) da Secretaria de Estado de Cultura do Pará.
Amazônia
No térreo, a exposição internacional “Amazônia”, do renomado fotógrafo Sebastião Salgado, ocupa o espaço com cerca de 200 imagens em preto e branco, fruto de sete anos de expedições pela região. As fotografias revelam a grandiosidade da floresta e a força das comunidades que nela habitam, propondo ao visitante uma imersão sensorial e reflexiva sobre a urgência da preservação ambiental e o respeito aos povos originários.
Com passagens por Paris, Londres e São Paulo, a mostra chega pela primeira vez ao Norte do Brasil, realizando um desejo antigo do artista.
Ajurí
No mezanino, a mostra “Ajurí” celebra a colaboração, a ancestralidade e o uso de materiais orgânicos característicos das Amazônias, como fibras de coco, taboa e miriti. O destaque é um móbile composto por mais de 1.500 animais de miriti, criado por artesãos de Abaetetuba, que paira sobre o espaço como símbolo de leveza e coletividade.
Reunindo oito instalações de artistas do Norte e de outras regiões do país, a exposição propõe um diálogo entre arte, território e matéria, por meio de pinturas, vídeos, esculturas e experiências imersivas que evocam a vitalidade e a sensorialidade da floresta.
Porto Futuro II
O Complexo Porto Futuro II reunirá cinco armazéns restaurados: Armazém Gastronômico (entrega em 4 de outubro), o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia (entrega em 7 de outubro) e a Caixa Cultural (abertura em 8 de outubro).
A construção do Porto Futuro II, onde o Museu das Amazônias está instalado, é fruto de uma parceria entre o Governo do Pará e a empresa Vale, como parte do programa Estrutura Pará.
Serviço
Museu das Amazônias
Endereço: Armazém 4A, Complexo Porto Futuro II, bairro do Reduto, Belém
Funcionamento: de quinta a terça, das 10h às 18h (última entrada às 17h). Fechado às quartas para manutenção.
Entrada: gratuita até fevereiro de 2026.
Horário especial: de 4 a 10 de outubro, das 10h às 20h.
Nos dias 11 e 12 de outubro, o museu estará fechado para o Círio de Nazaré.
Fonte e imagens: Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG)