Fiel à sua linguagem autoral, Marina explora geometrias puras e movimentos circulares que desafiam a rigidez do desenho
A Coleção Merge marca a estreia da designer Marina Kurten Moreira no universo das mesas de jantar, de centro e laterais. Um exercício de convergência entre opostos, o artesanal e o industrial. Em inglês, merge significa fundir, unir, misturar, mas seu verdadeiro sentido está no intervalo entre as partes. É no instante da transição, quando um elemento começa a se tornar outro, que nasce o equilíbrio que a coleção expressa.
Em Merge, o gesto artesanal e a precisão construtiva coexistem como forças complementares. A matéria não é apenas moldada, mas transformada em diálogo. O latão vibra sob a luz, a forma respira e o tempo do fazer se torna visível.
Fiel à sua linguagem autoral, Marina explora geometrias puras e movimentos circulares que desafiam a rigidez do desenho. Em cada peça, cálculo e rigor conceitual coexistem, revelando uma sintonia entre matéria e olhar.

Nesta edição, a designer aprofunda sua investigação sobre contrastes táteis e visuais. O latão martelado se funde ao aço, e a laca é aplicada sobre as superfícies metálicas, criando composições que exploram brilho, textura e densidade. O diálogo entre esses elementos dá origem a planos que vibram sob a luz, ora refletindo, ora revelando a materialidade.
Merge é sobre encontros entre o humano e o autoral, o traço e a estrutura, o calor manual e a precisão construtiva. As mesas revelam um caráter escultórico, em que o cone, elemento recorrente em sua estética, atua como estrutura e ritmo, sustentando volumes que parecem flutuar no espaço. Nessa interseção de mundos, o objeto transcende a função e se torna contemplação, revelando a continuidade do fluxo, o equilíbrio dos contrastes, a fusão para o novo e a permanência na forma.

Arquiteta, designer e artista, Marina Kurten Moreira constrói uma linguagem cuja singularidade nasceda convergência entre a arte e a indústria, vocações que se entrelaçam em sua história de vida. Essa origem, presente em sua atuação, articula expressão e técnica, em uma abordagem em que o poético encontra o estrutural.
Durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo, percebeu que seu universo criativo transcendia a arquitetura dos espaços. Na pandemia, revisitou desenhos e memórias de viagens e, a partir de laminados de pinus de reflorestamento produzidos pela empresa da família, transformou o plano em volume. Do traço nasce a tridimensionalidade que se converte em presença espacial.
Desde 2025, Marina Moreira é representada pelo Carlyle Collective, plataforma com sede em Nova York dedicada à curadoria de peças exclusivas que dialogam com arquitetura, arte e colecionismo. A presença no portfólio da galeria reconhece a relevância de sua contribuição ao design contemporâneo e reforça sua inserção internacional, pautada por caráter escultórico e a relação direta com a escala humana.
