Projeto foi apresentado a entidades e à imprensa durante coletiva comandada pelo presidente da CDL, Eduardo Koerich, pelo presidente da ACIF, Célio Bernardi, e pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto
Pensar Florianópolis como uma cidade para pessoas: esse é o objetivo central de um importante projeto anunciado nesta terça-feira, 09, pela CDL, a Câmara de Dirigentes Lojistas, de Florianópolis, em parceria com a ACIF, a Associação Empresarial de Florianópolis. Juntas, as entidades vão financiar um estudo internacional com consultoria do escritório do renomado arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, para repensar o Centro da Capital. A ideia é valorizar conceitos de mobilidade ativa, uso democrático de espaços públicos e qualidade de vida como prioridade do urbanismo, redesenhando a região para as próximas décadas, com foco nas pessoas e na inclusão.
O estudo tem um cronograma de desenvolvimento de seis meses, e vai ser comandado pelo escritório dinamarquês com o auxílio do LUA, o Laboratório de Urbanismo e Arquitetura, criado para viabilizar a ação da equipe de Gehl e fornecer informações sobre a economia e a sociedade local. A consultoria vai incluir ações de curto, médio e longo prazo, com metas tangíveis para execução imediata em parceria com o poder público.
“Buscamos no escritório e na referência de Jan Gehl as boas iniciativas já aplicadas no mundo todo e que têm resultados de sucesso. Cada cidade que conhecemos trouxe referências importantes para Florianópolis. Copenhague mostrou como a mobilidade ativa e os espaços públicos podem transformar a qualidade de vida. Londres, mesmo sendo um grande centro financeiro, reforça o foco em áreas de convivência e transporte integrado. Lisboa destacou a força do retrofit e da requalificação urbana preservando a memória histórica, e Coimbra apresentou soluções de transporte coletivo eficientes em terrenos semelhantes aos nossos. São experiências que inspiram e apontam caminhos possíveis para a nossa cidade” – Célio Bernardi, presidente da ACIF
Consolidado após missão internacional das entidades em cidades da Europa que hoje são modelos mundo afora, o projeto foi apresentado a entidades e à imprensa durante coletiva comandada pelo presidente da CDL, Eduardo Koerich, pelo presidente da ACIF, Célio Bernardi, e pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto. O encontro contou também com a presença de Tatiana Filomeno, diretora executiva do LUA, Ivanna Tomasi, secretária municipal de habitação e desenvolvimento urbano, e Michel Mittmann, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura de Florianópolis.
“A missão internacional foi uma oportunidade de identificar caminhos práticos para Florianópolis, em um momento em que a revisão do Plano Diretor abre novas possibilidades de investimento e qualificação dos espaços públicos. Vimos em cidades como Copenhague, Londres, Coimbra e Lisboa, como os empreendimentos podem transformar o entorno e fortalecer bairros, algo que também está no foco da gestão municipal aqui na capital. Temos uma oportunidade histórica de pensar a cidade de forma conjunta, valorizando pessoas, gerando oportunidades e melhorando a vida de todos”, destaca Eduardo Koerich, presidente da CDL.
O estudo terá como foco a área central de Florianópolis, entre o Morro da Cruz e a Ponte Hercílio Luz, abrangendo o Centro Histórico e a Passarela da Cidadania. A ideia é manter o diálogo aberto com arquitetos e especialistas regionais e também buscar referências de projetos arquitetônicos já desenvolvidos. A partir desse processo, será desenvolvido um masterplan para a área, ou seja, um plano urbano que organiza e define as prioridades para futuras intervenções. Esse documento servirá como guia para a criação de espaços públicos mais coesos, vibrantes e acessíveis, garantindo que cada nova iniciativa esteja conectada entre si e siga um mesmo padrão de qualidade. “Dessa forma, o masterplan não se limita às áreas inicialmente selecionadas, mas se torna uma ferramenta de longo prazo para orientar o crescimento da cidade com consistência e alinhamento”, finaliza Koerich.
Além dos representantes do escritório dinamarquês, quem também vai viabilizar o desenvolvimento de pesquisas ativas junto à sociedade civil é o Laboratório de Urbanismo e Arquitetura, criado recentemente. “O LUA é um espaço que reúne profissionais para pensar propostas e estratégias diante dos desafios urbanos contemporâneos. O laboratório terá um papel fundamental neste projeto, atuando como a base local capaz de traduzir a realidade de Florianópolis e conectar nossas necessidades com a experiência internacional. Essa integração garante que as ideias e os conceitos globais sejam aplicados de forma adequada às expectativas e ao contexto da nossa cidade”, explica a diretora executiva do LUA, Tatiana Filomeno.
“A consultoria tem, a princípio, seis meses, mas com certeza deixará um legado que vai se propagar ao longo do tempo, nos próximos 40, 400 anos, reforçando o propósito das entidades e do poder público, que é a qualidade de vida do cidadão e a construção de uma Florianópolis inteligente para todos” – Topázio Neto, prefeito da capital.
O estudo será integralmente financiado pelas entidades, sem qualquer impacto para os cofres públicos, mas a Prefeitura de Florianópolis terá um papel essencial de apoio institucional, participando da construção e do desenvolvimento das propostas. A execução dos projetos, por sua vez, poderá ser viabilizada por meio da Outorga Onerosa do Direito de Construir — instrumento urbanístico que ganhou força com a revisão do Plano Diretor e que direciona recursos especificamente para a criação e qualificação de espaços públicos. Dessa forma, garante-se que as iniciativas tenham tanto respaldo técnico quanto sustentabilidade financeira para sair do papel e transformar a cidade.
Imagens: Divulgação.