Prêmio UIA 2030 destaca projetos arquitetônicos que promovem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, apresentando uma gama diversificada de abordagens para os desafios globais de sustentabilidade
A União Internacional de Arquitetos (UIA), em parceria com a ONU-Habitat, anunciou o início da terceira edição do Prêmio UIA 2030. Criada em 2021, a premiação bienal reconhece projetos que evidenciam a contribuição da arquitetura para o avanço da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, com foco especial no ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis – e na Nova Agenda Urbana.
Promovido pela Comissão dos 17 ODS da ONU da UIA, o prêmio distingue projetos construídos que aliam excelência arquitetônica a contribuições mensuráveis para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Planejado para coincidir com o calendário do Fórum Urbano Mundial (WUF), o concurso será realizado em cinco edições.
O cronograma do terceiro ciclo prevê prazo para envio de propostas até 26 de agosto e divulgação dos resultados preliminares até 2 de setembro. As inscrições para a Etapa 1 se encerram em 29 de outubro, enquanto as da Etapa 2 terminam em 6 de março de 2026. O anúncio final dos vencedores acontecerá durante o WUF13, em maio de 2026, em Baku, Azerbaijão. As propostas serão apresentadas nas plataformas da UIA e da ONU-Habitat, além de integrarem o Congresso Mundial da UIA de 2026, em Barcelona.

O processo de seleção se desenvolverá em duas etapas. Na primeira etapa, as inscrições serão revisadas regionalmente, refletindo as cinco regiões globais da UIA. O júri escolherá de um a três finalistas regionais por categoria para avançar à segunda etapa, considerando como critério a localização do projeto para definição da região de avaliação. As propostas serão analisadas quanto à eficácia em atender aos princípios dos ODS e da Nova Agenda Urbana, levando em conta o desempenho e o impacto da construção, a qualidade do projeto — incluindo funcionalidade, durabilidade e sensibilidade ao contexto — e o nível de aplicação de uma abordagem holística e orientada ao ciclo de vida.
O júri desta edição inclui Peter Oborn, Natalie Mossin , Tina Saaby, Nadia Habash, Anna Rubbo , Rob Adams e Nadia Tromp. O jurado suplente é Ishtiaque Zahir Titas, e Iman Gawad se junta ao processo como observador especialista em ODS no Comitê Técnico.

O Prêmio UIA 2030 contemplará projetos construídos em seis categorias, cada uma vinculada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável específicos, evidenciando o potencial da arquitetura para enfrentar desafios globais urgentes por meio do design.
Vinculada ao ODS 6.3 (Progresso no Tratamento de Águas Residuais), a categoria “Garantir a Disponibilidade e a Gestão Sustentável de Água e Saneamento para Todos” foca em iniciativas que melhorem a qualidade da água, reduzam a poluição, minimizem descargas perigosas e ampliem a reciclagem e o reuso seguro. Considerando a estreita relação entre edificações, infraestrutura e sistemas hídricos, esta categoria ressalta como o design pode contribuir para a gestão sustentável da água e para a criação de ambientes urbanos mais saudáveis.
A categoria “Proteger os Direitos Trabalhistas e Promover Ambientes de Trabalho Seguros”, alinhada ao ODS 8.8, reconhece projetos que criam espaços laborais seguros, protegidos e inclusivos para todos. O desenho arquitetônico influencia diretamente as condições de trabalho por meio do layout, ventilação, iluminação e escolha de materiais, contribuindo para ambientes que favoreçam a saúde, a segurança e o bem-estar dos usuários, especialmente em contextos de trabalho vulnerável ou precário.
Já a categoria “Moradia Adequada, Segura e Acessível”, correspondente ao ODS 11.1, valoriza iniciativas que ampliam o acesso a habitações seguras e financeiramente viáveis. Abrange desde novas construções até projetos de regeneração urbana e requalificação de favelas, ressaltando o papel essencial da arquitetura na oferta de moradias de qualidade que atendam às necessidades básicas, enquanto enfrentam desafios demográficos, econômicos e climáticos.

Alinhada ao ODS 11.3, a categoria “Planejamento Participativo, Eficiente no Uso do Solo e Inclusivo” valoriza projetos que promovem abordagens mais integradas, sustentáveis e inclusivas no planejamento de assentamentos humanos. Considerando que o ambiente construído é definido por decisões sobre uso do solo e densidade, essa categoria ressalta a relevância de processos participativos e equitativos no desenvolvimento urbano.
A categoria “Acesso ao Espaço Verde e Público”, vinculada ao ODS 11.7, reconhece iniciativas que ampliam o acesso a áreas públicas seguras, inclusivas e acessíveis. Com a crescente compactação das cidades, o planejamento e a manutenção de parques, praças e outros espaços abertos tornam-se fundamentais para promover a saúde física e mental, incentivar a convivência social e fortalecer a biodiversidade urbana.
Por fim, a categoria “Fortalecer a Resiliência e a Capacidade Adaptativa a Desastres Relacionados ao Clima”, correspondente ao ODS 13.1, destaca projetos que integram estratégias para reduzir a exposição e a vulnerabilidade a riscos climáticos. Seja por meio da escolha do local, de materiais, soluções construtivas ou desempenho, a categoria evidencia como a arquitetura pode contribuir para a resiliência e a adaptabilidade de longo prazo diante das mudanças ambientais.

Desde sua criação em 2021, o Prêmio UIA 2030 vem reconhecendo projetos arquitetônicos que impulsionam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, reunindo uma ampla variedade de soluções para os desafios globais da sustentabilidade. Os vencedores do segundo ciclo, anunciados no ano passado, incluem obras de destaque como o Parque Florestal Benjakitti, na Tailândia, desenvolvido pela Arsomsilp Community and Environmental Architect com consultoria de design da Turenscape; a série de capelas em Ruesta, Espanha, assinada pelo escritório Sebastián Arquitectos SLP; e o ETC Bygg, na Suécia, criado por Kaminsky Arkitektur AB e Arkitekt Hans Eek AB, entre outros.

Fonte UIA 2030/Archdaily