Como o desenho arquitetônico e as soluções tecnológicas de controle de acesso transformam projetos, promovendo segurança e fluidez nos espaços contemporâneos
Na arquitetura contemporânea, o controle de acesso deixou de ser apenas uma demanda técnica e passou a ser parte integrante do projeto arquitetônico. Seja em residências de alto padrão, edifícios corporativos ou empreendimentos multifuncionais, a integração entre forma, função e segurança é cada vez mais estratégica. Neste cenário, o desenho arquitetônico e os sistemas tecnológicos de controle de acesso atuam em sinergia para garantir fluidez nos fluxos de pessoas e veículos, ao mesmo tempo em que asseguram proteção e reforçam a identidade do projeto.
Desde a concepção do layout, o desenho arquitetônico já deve considerar como os usuários acessarão, circularão e se distribuirão nos espaços. Entradas bem-posicionadas, recuos generosos, calçadas acessíveis, antecâmaras e portarias estrategicamente implantadas são elementos que não apenas embelezam o projeto, mas também garantem eficiência nos fluxos e segurança.
Quando o fluxo é pensado desde o início, o próprio edifício ajuda a orientar o comportamento das pessoas, evitando aglomerações ou acessos indevidos. A arquitetura, portanto, passa a ser um elemento ativo de controle, e não apenas um cenário onde a tecnologia será instalada posteriormente.

Mas, se por um lado o projeto físico organiza os fluxos, por outro, a tecnologia garante a segurança de forma cada vez mais discreta e eficaz. Leitores biométricos, reconhecimento facial, QR codes, sensores de presença, portarias remotas, tags veiculares e integração com aplicativos são hoje recursos amplamente utilizados, tanto em residências quanto em ambientes corporativos.
Segundo Silvia Casagrande Barbosa, Gerente de Marketing da IMAB, a marca traz uma linha de produtos digitais, todos gerenciados por um único aplicativo, o App IMAB. “Além do gerenciamento por múltiplos usuários, o App IMAB garante a proteção de dados conforme a LGPD, integrando funcionalidades como registro de acessos, login exclusivo por dispositivo e integração com biometria, PIN ou Face ID do smartphone”, comenta à CM.

Vale destacar que os elevadores também desempenham papel crucial no controle de acesso e no direcionamento de fluxos. Seu posicionamento estratégico no projeto arquitetônico contribui para a eficiência da circulação e pode ser integrado a sistemas de segurança, liberando o acesso a determinados andares apenas por meio de credenciais, biometria ou reconhecimento facial. Em edifícios corporativos e residenciais de alto padrão, essa integração garante mais privacidade, agilidade e segurança aos usuários.
Fábio Kariya, Gerente de Novas Instalações da Atlas Schindler, esclarece que durante o desenvolvimento do projeto é recomendado que os arquitetos e engenheiros entrem em contato com os consultores técnicos da marca para que sejam orientados no atendimento da norma NBR 5665, que estabelece o tráfego mínimo necessário para cada tipo de edificação em função de sua população. “Para projetos com demandas específ icas de mobilidade, a Schindler também oferece uma ampla gama de soluções de gerenciamento de tráfego inteligente, como o Schindler Metacore e o Schindler PORT – um avançado sistema de gestão de tráfego que planeja viagens nos elevadores na medida exata para cada usuário. Em um terminal com tela touch, sensor de presença e leitor de QR Code, os passageiros são identificados automaticamente e atendidos de maneira rápida e personalizada”, comenta Fábio.

Estética e segurança podem caminhar juntas?
Há alguns anos, pensar em segurança era sinônimo de barreiras visuais e elementos pesados. Hoje, graças à evolução tanto da arquitetura quanto da tecnologia, é possível criar projetos leves, integrados ao entorno e esteticamente elegantes — sem abrir mão da proteção.
Portarias envidraçadas, fechaduras embutidas, sistemas camuflados nas fachadas e iluminação inteligente fazem parte de uma nova abordagem onde a segurança é percebida, mas não necessariamente visível. Isso é essencial em residências de alto padrão e sedes corporativas que valorizam uma imagem institucional alinhada à inovação e ao design contemporâneo.
A arquiteta e urbanista Patrícia Anastassiadis, do escritório Anastassiadis Arquitetos, destaca a importância de incorporar a segurança sem comprometer o caráter estético do projeto. “Não existe mais espaço para soluções visivelmente agressivas. Nosso desafio é criar acessos elegantes e discretos, onde a tecnologia esteja presente sem se impor. O conforto, o bem-estar e a percepção de acolhimento são essenciais — mesmo em ambientes com alto controle”, sinaliza Patrícia.

Nos projetos mais avançados, os sistemas de controle de acesso estão tão integrados que desaparecem aos olhos do usuário, mas operam constantemente nos bastidores — com sensores, câmeras, algoritmos e comandos de automação — garantindo segurança sem comprometer a experiência, a estética ou a funcionalidade do espaço. Atenta a isso, os produtos IMAB são desenvolvidos de acordo com a norma NBR 14913, o que garante compatibilidade com portas de medidas padrão, possibilitando a substituição de fechaduras mecânicas por digitais de forma rápida e sem adaptações estruturais. “O design une beleza, performance e personalidade, sendo parte estratégica da experiência do produto, assim como a tecnologia empregada”, informa a gerente da IMAB.
E o futuro?
A tendência é que o controle de acesso se torne cada vez mais preditivo, utilizando inteligência artificial e análise de comportamento para identificar padrões e antecipar riscos. Além disso, com a consolidação do conceito de “edifícios inteligentes”, a integração entre segurança, conforto e sustentabilidade será cada vez mais completa.
Para Bruno Moreira, CEO da Construtivo, empresa referência em digitalização de obras e gestão inteligente de edificações, a transformação digital já impacta diretamente o modo como a segurança é implementada. “Estamos vendo a convergência entre BIM, IoT e inteligência artificial aplicada aos sistemas prediais. Um edifício que entende o comportamento do usuário pode antecipar acessos, redirecionar fluxos em tempo real e até ajustar conf igurações conforme o perfil da ocupação naquele horário”, esclarece.
Inclusive, a análise de dados é um avanço significativo no setor. Sistemas modernos registram e interpretam padrões de entrada e saída, apontando anomalias ou sugerindo ajustes operacionais — como ampliar ou reduzir horários de portaria, reprogramar elevadores ou reconfigurar rotas internas em horários de pico. Pura inteligência.
De acordo com o gerente da Atlas Schindler, a marca está em constante desenvolvimento para oferecer o que há de mais moderno no mercado mundial de transporte vertical. “O Schindler Ahead, por exemplo, é uma solução digital que conecta os elevadores, escadas e esteiras rolantes à internet, permitindo o monitoramento remoto dos equipamentos 24 horas por dia, sete dias por semana, realizando assim a coleta de dados que são transformados em informações relevantes, garantindo uma atuação diferenciada. Ahead marca um momento de mudança na mobilidade urbana. Com a digitalização é possível realizar análises de sensores e sintomas, além de contar com a possibilidade de intervenção remota, que permite o restabelecimento do equipamento à distância”, completa Fábio.
Enfim, fica claro que projetar com foco em segurança não é mais apenas uma resposta a riscos — é uma estratégia de valorização do imóvel, de otimização da operação e, sobretudo, de cuidado com a experiência dos usuários. O controle de acesso é, assim, um elo entre arquitetura, tecnologia e qualidade de vida.
