Cerca de 50 obras dos dois pintores fazem parte da nova fase do projeto Monográficas, concebido pelo curador Mario Gioia
A Galeria de Arte André abre, no dia 26 de abril, sábado, como parte do projeto Monográficas, duas exposições simultâneas. Monográficas 6 é dedicada a Antonio Augusto Marx (1919-2008), e Monográficas 7, a Raquel Taraborelli (1957-2020). Com curadoria de Mario Goia, as exposições trazem cerca de 30 pinturas de Marx e mais de 20 de Taraborelli. O projeto foi idealizado por Gioia com o objetivo de exibir com mais fôlego a obra de artistas de reconhecido valor (e que, por vezes, estão com visibilidade menos ostensiva dentro do circuito) que se relacionam com a própria história da galeria, já com 66 anos de atividade na cidade de São Paulo. As mostras anteriores do programa foram dedicadas a Carlos Scliar, Enrico Bianco, Iracema Arditi, Armando Sendin e José Moraes.
Antonio Augusto Marx
Para o curador Gioia, Antonio Augusto Marx é “indubitavelmente um dos maiores pintores do gênero paisagem na história da arte no Brasil”. Arquiteto e urbanista nascido no Rio de Janeiro e que se radicou em São Paulo, retratou em décadas passadas lugares hoje radicalmente transformados, como Paraisópolis, Diadema e outras paisagens antes rurais e hoje intensamente urbanizadas. Assim, essas obras se tornam “quase uma arqueologia”, segundo Gioia.
Mas a mostra atual não se prende ao tom nostálgico. Apresentar as pinturas de Marx hoje atesta “a persistência de um labor contínuo e que não se prendeu a ondas novidadeiras e superficiais”, afirma o curador. Na Galeria de Arte André, Marx expôs em numerosas coletivas e ganhou individual em 1986, com texto de Jacob Klintowitz.


Raquel Taraborelli
Nascida em Avaré (SP), Raquel Taraborelli também tem um relacionamento longevo com a Galeria de Arte André, e sua prolífica produção de tom neoimpressionista continua a fazer sucesso entre o público. Para Mario Goia, a força motriz do trabalho da pintora é a harmonia. “Talvez um dos maiores atributos do corpus de obra de Taraborelli tenha sido a fidelidade. Então as numerosas paisagens campestres, as marinhas, os exuberantes e diversos vasos e as portas são abundantes em realização pela pintora”, explica o curador.
Gioia considera a nova exposição uma oportunidade de descobrir novas conexões com outros artistas, inclusive Marx. “Ao examinarmos o recorte de agora, contudo, talvez cenas de mar e o intimismo de dependências cotidianas nos traga elos com outras produções para além do que são citadas com frequência acerca da obra. Ou talvez o apuro das naturezas-mortas de vasos (lembremos o desafio recente imposto por Hockney, por exemplo, para renovar tais registros)”.


Com 66 anos de atuação no circuito das artes, a Galeria de Arte André foi fundada em 1959 pelo romeno André Blau. É considerada a maior galeria de arte da América Latina, tendo se tornado uma referência no mercado de arte brasileira. Atualmente dirigida por Juliana Blau, a casa ajudou a forjar o mercado de arte no Brasil e passou por diversos endereços até se consolidar na Rua Estados Unidos, entre a Avenida Rebouças e a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.
Conhecida pelo seu acervo de esculturas e obras de artistas como Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Carlos Araujo, Carlos Scliar, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg, Guignard, Hector Carybé, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Roberto Burle Marx, Sonia Ebling e Tomie Ohtake, entre muitos outros, a casa oferece ao público exposições periódicas e projetos educacionais e culturais.
Serviço
Abertura das exposições Monográficas 6: Antonio Augusto Marx, e Monográficas 7: Raquel Taraborelli
Dia 26 de abril, sábado, das 11h às 15h
Curadoria: Mario Gioia
Período expositivo: de 26 de abril a 31 de maio de 2025